Uma Grande História de Amor

É assim que defino o Autismo: como uma grande história de amor. O amor de mães e pais na busca por uma vida melhor para seus filhos; de irmãos que abrem mão de certos privilégios em nome do amor por este ente querido e tão necessitado de atenção. Não vejo mais o Autismo como doença. E não que a vida daqueles que são portadores dessa síndrome não seja sofrida, cheia de barreiras e obstáculos e preconceitos. Mas doença implica em cura. E até onde se sabe, não há opção de cura pro Autismo, nem pro Asperger, nem pros TID'S (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) Específicos ou SOE (Sem Outras Especificações) e tantas outras síndromes que envolvem o Espectro Autista. O que ocorre são variações de grau e intensidade de como essas síndromes se manifestam e agem em cada indivíduo portador. Cada história é única. Assim como cada criança e ser humano que existem no universo. Somos únicos e com características próprias e individuais. E se não é o amor que nos faz romper as barreiras da desinformação, da ignorância, do preconceito (advindo ou não do desconhecimento), o que mais nos moveria nessa luta diária? Eu jamais desejei que o Gu fosse diferente, porque se o fosse, não seria ele. A minha questão com meu Deus não é porque comigo, mas sim, porque com ele? Talvez seja a tarefa mais árdua disso tudo, aceitarmos que o maior amor de nossas vidas sofram com coisas tão pequenas e simples para a maioria, e que pra eles um simples pedido de água seja um desafio. Meu filho, embora fale muito, se comunica pouco. Ele ainda é um texto sem contexto, não exterioriza suas idéias e pensamentos de forma articulada. De qualquer forma foi o meu amor abnegado de mãe e o incrível dom de ser quem é do Gustavo que me mostrou como é possível viver com o Autismo. E maravilhosamente bem. Construindo e escrevendo nossa história. Juntos. 

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